Entre a Gestão e a Produção Cultural

"Entre a Gestão e a Produção Cultural"

Plínio Chaves (2013, p. 10) questiona: "Por que o curso não é pré-requisito para o cargo de PRODUTOR CULTURAL no Plano de Carreiras de Cargos do MEC? ” O autor traz consigo um questionamento para o reconhecimento e consolidação profissional do produtor Cultural. Com um olhar focado nos espaços de conquista do Produtor Cultural, nas políticas públicas de cultura e no mercado de trabalho, defende a profissionalização do Produtor Cultural e expõe as necessidades do profissional diante do poder público, determinando seu lugar no cenário nacional. Cita a Lei Rouanet e o Sistema Nacional de Cultura como consolidação para a existência da profissão. Já Lia Calabre mostra que nos dias atuais a necessidade da institucionalização da cultura no Brasil já é uma realidade. Expõe os grandes desafios que a cultura necessita para avançar no processo institucional e foca na participação de agentes, produtores e agitadores na profissionalização da produção cultural a partir de suas demandas crescentes.

      Castro e Rodrigues fazem uma crítica aos que desconhecem o real papel do Produtor Cultural, julgando-os apenas como responsáveis pela operacionalidade e execução da profissão, quando, na realidade, em sua formação acadêmica trazem consigo uma rica bagagem, tanto no campo da Produção Cultural, quanto no da Gestão Cultural. A revista SEBRAE mapeia os campos de atuação do Produtor Cultural e seus respectivos cursos no país e expõe o quanto esse profissional é importante para a sociedade.

       As organizações, tanto no campo público quanto no privado da Gestão Cultural, necessitam do profissional do Produtor Cultural qualificado para o desenvolvimento de novas estratégias de inclusão, com viabilização de uma política de gestão firme composta por profissionais comprometidos com a profissão e sua qualificação, a democratização das políticas públicas de cultura e melhor satisfação aos assistidos. Dessa forma, que venha a maximizar a participação do produtor cultural nas referidas políticas, lembrando sempre que, para se alcançar uma ótima qualidade na prestação de serviços, faz-se necessário que a função do produtor cultural esteja inserida em concursos públicos por todo o território nacional e que os gestores comprometidos possam cobrar dos seus liderados essa inserção e qualidade em todos os aspectos. Sem isso fica difícil uma organização manter-se articulada e ativa em suas atividades, haja visto que o curso nasce a partir dessa necessidade.

Por 

Ramon Rodney/Produtor Cultural

"Gerando Resultados"

Festival Municipal de Teatro - FEMUT - "UM DESAFIO GESTOR"

                   Abertura do III FESTIVAL DE TEATRO DE AREIA BRANCA/RN- FEMUT,

A frente da Gestão da Fundação Areia Branca de Cultura- FUNDAC, autarquia municipal, tendo por responsabilidade pelas politicas públicas da cultura do município de Areia Branca/RN, região litorânea e salineira  do oeste potiguar; uma instituição que não haviam recursos para gerir, apenas em período de carnaval e festas juninas a conta era acionada para o repasse de apoio a grupos juninos e agremiações carnavalescas. Durante o ano  as despesas com material de expediente e limpeza eram através de requerimento ao setor de compras do município, assim como a contratação de um profissional caso fosse necessário em um determinado projeto. desenvolvíamos atividades na criatividade e articulação social. criamos a escola de ballet Baby Class com articulação social. Já havia sido gestor da pasta da FUNDAC,na gestão do Ex prefeito Expedito Leonez (in memorian) de 06 meses, havia criado o São João, alavancando uma série de ações que foram ganhando visibilidade. No meu segundo mandato a frente da Fundação, busquei dar uma cara nova a instituição e ali pra mim que sou artista, seria não só realizar meu sonho de conseguir realizar isto em casa, mas o de uma serie de pessoas que tiveram acesso e visibilidade social. A instituição quando recebi, tinha cara de espaço de reforço  escolar, não desmerecendo o reforço escolar, mas um prédio grande com salão, funcionários e manutenção mensal de funcionamento, mas sem articulação e podendo ser um farol para a cidade e contribuir para que se diminua os índices de crimes, drogas, e dentre outras mazelas que ali já sinalizava. Pois bem, busquei organizar o calendário da instituição e destacar os eventos da cidade com diferencial que seria as expressões culturais que a própria cidade tem. Uma cidade rica em talentos, muitos artistas ali mesmo desistem de seguir e ali ficam... quando ficam! isso eu já havia enxergado quando tinha lá meus 16 anos, tive a oportunidade de estudar na capital em Natal, me dediquei aos estudos, me tornei bailarino no EDTAM (escondido rsrs), fui fazer danças folclóricas, e fazia teatro com alguns amigos, mas nada que vingasse na época rsrs. E então, nesse calendário vi que existia o FEMUT, um festival que na edição anterior assisti, e pontuei uma serie de carências, ate mesmo de informações do mundo do teatro, e na ocasião estando presidente busquei trazer como forma de resgate, dos Dramas (antigo nome do teatro dado pelos mais velos), o montei minha ideia que seria levar o festival ao Ivipanin Clube;  vez que o palco favorecia a adaptação de um caixote de teatro, ter mais de um camarim, espaço para maquinas e tecnicos trabalharem, montar uma cozinha para a organização dos camarins e um escritorio da fundação onde administrou todas as atribuições da FUNDAC no Ivipanin Clube e eu ja vinha sendo colunista da casa há mais de seis anos, fazia decorações de eventos no espaço e isso muito facilitaria. Fizemos o projeto levei ao gestor da época e foi dito que não podia realizar (muito raro poder), o poderia fazer seria ceder som, luz e os troféus. ALI  COMEÇAVA O DESAFIO...

            Troféu doado aos grupos pela participação dos Grupos Locais e convidados no III FEMUT

A cidade não dispunha de teatro, nem auditório com palco,. O teatro pede coxias, camarim, cortinas, palco, acústico e uma serie de detalhes que para se fazer teria que se planejar. Foi isso que fiz, Planejamos, nós a equipe da época Aline Cristiane, Nixon Rafael, Aida Maria, paulo Cesar de Brito, Maria Antônia, silvana Mendonça, D. Neném, Gorete, Nazaré Soares, Pawlinho tatoo, Moisés Mendonça, Erick, José Agostinho, Deijanice, Ageu Costa (in memorian), Marilda Vilela, Joana Fernandes, Rita Luciana, Regina, Igor Cruz, Denis, Leandro do sax, wagner do sax, Daniele Cesário, Nilson bailarino, Biel Smith,Kerson \Luiz, Nildinho e a equipe da bilbioteca municipal José Justiniano Solón. esta foi a equipe que tive que contar, lancei o desafio e graças a Deus todos aprovaram. segui para Natal capital, sai visitando os filhos ilustres que a cidade tem de sucesso, levei nossas ideias e recebi apoio do ex ministro do TST Francisco Fausto de Medeiros e do Areia branquense Egberto do vale, pelas filhas Luciana e Thais Vale. Fizemos um material de marketing com um profissional de art dsign da cidade Jardel Antunes o que colaborou e muito vestindo a camisa da instituição de fazendo seu melhor. Construímos um novo regulamento do festival e iniciamos as divulgações. Para se ter um impacto e o festival deixar um legado, mobilizamos a comunidade escolar a aderir ao festival montando seus espetáculos com alunos e organizando a ida ao teatro durante a programação III FEMUT. nem todas as escolas aderiram a ideia de montar seu espetáculo, as a  levá-los ao teatro foi unanime, e tínhamos programações nos 2 turnos por 4 dias, 03 espetáculos por turno  o que mais de 5.000 expectadores passaram por ali nos dias de evento.

A luta ali estava se iniciando, estávamos com o espaço ja garantido, luz, som, troféus e as escolas sendo mobilizadas; fizemos reuniões com educadores, chá com os diretores das escolas publicas e as que aderiram ganharam um certo apoio com figurinos cedidos. Agora o que eu precisava era avançar com os grupos convidados. Eu havia feito espetáculos teatrais em Mossoró/Rn tais com: o Auto da Liberdade, Oratório de Sta Luzia e recital da reinauguração da  Biblioteca Ney Duarte Pontes; nesse meio fiz grandes amizades e estreitei a amizade com antigos colegas; essas pessoas estão todas em companhias teatrais ativas na cidade e eu conhecia  o padrão de qualidade dos diretores e integrantes das companhias teatrais. Contetei com os grupos que conhecia e enviei o convite. Fui á natal havia marcado uma audiência com a presidente da Fundação José Augusto -FJA Izaura Rosado, ali Expus a situação, pois no ano de 2011 o Rio Grande do \Norte  não havia tido nenhum festival de teatro nas cidades do estado, eramos os únicos a realizar no estado. A presidente confirmou o apoio da , me direcionando ao setor jurídico da FJA para que eu recebesse as orientações e repassar para os grupos, uma vez que não se podia pagar premiações e sim incentivos, o jurídico me orientou me dando lista dos docs necessários. Voltando para Areia Branca encaminhei um oficio circular aos grupos e artistas informando as necessidades documentais de cada grupo pata irmos organizando o processo e a FJA pagar aos grupos os incentivos. O mesmo foi comunicado aos grupos e artistas de Areia Branca, Mossoró e Natal. Dei inúmeras viagens, foram tantas que fiz varias amizades pelos corredores por ja se tornar figurinha conhecida nos corredores, buscando soluções. Pois ao final o Festival aconteceu mas a FJA não pagou e depois soube que sequer empenhou os processos. Imagina eu! pq muitos achavam que eu havia recebido, ja ganhando os piores nomes, podem imaginar ne? pois é, não foi fácil bati em varias portas pedindo intercessão junto a esse assunto e uma pedra foi posta em cima.

Agora vejam só, Isaque Galvão e o grupo dele, Pietra Ferrari, os grupos de Mossoró e os de Areia Branca/Rn, todos passaram batidos nessa. (essa parte do assunto foi so um desabafo mil desculpas mas achei necessário essa explicação.

E ai vai ter teatro ou não vai ter? hahahaha vai ter sim senhor, TEVE!

                                                                Vídeo institucional

O evento abriu com homenagem à memória do artista areia-branquense Ricardo Rogério (in memorian), um vídeo que contava sua historia de vida e rendia homenagens póstumas; entregando uma comenda aos familiares presentes (convidados); logo após o Jornalista e blogueiro Luciano Oliveira conduziu o cerimonial e anunciou a presença da sautoridades presentes; nessa noite foram homenageadas as artistas  Goreti Siva e Josélia Cruz . Após teve o espetáculo da Drag repÓrter Pietra Ferrari Encerrando a noite de abertura o espetaculo o Cantor e Ator Isaque Galvão traz o show musical dolores Duran com a participação da atriz Claudia Magalhães, Foi uma noite linda e de muito glamour. Ali nascia o FEMUT.

              Externo do Ivipanin Clube produzido e adaptado a uma casa de espetáculos temporária

       Telão de 5,0m x 2,5m que abria as seções com a historia do artista homenageado da edição

o caixote criado e a recepção adaptada a uma cidade que não tem teatro

                                                
                                     Recepção                                              Recepção/Mural informativo

                               Recepção com obras de pintura em tecidos do artista local José Agostinho

                     Adaptação do caixote de teatro com palco, treliças,e revestido de cortinas

    Camarins Improvisados (frutas, lanches, sucos, mel, água e equipe para auxiliar no que fosse necessário)

Recebemos o apoio da Voluntária Suayny que fez o cerimonial com muito carinho

Casa lotada e plateia atenta, muto bom!

PIETRA FERRARI

 

Os espetáculos aconteciam das 14: 00 hs ás 23:00hs com intervalo de 2 horas, para conseguirmos esses resultados recebemos voluntários e pais de alunos da fundação como também a equipe da biblioteca municipal. As escolas aderiram ao festival, as seções lotadas e gratuitas. O esforço de bastidores foi grande, para que os resultados fossem excelentes, e foi com uma equipe comprometida e focada nas transformações que a cultura ali resultavam, e nasciam novos sonhos, novas esperanças de desfrutar da arte fazendo parte dela. Os resultados são o mais importantes. Ficando o trauma da época com a FJA que até hoje não sabemos mais de nada e se for lá eles também não saberão. Praxe!

                                                                  UM BEM SOCIAL

Os resultados não deixam de ser um bem social, pois alem de movimentar a cidade movimenta a economia local, atrai turismo regional, se torna referencial nos festivais, atrai a iniciativa privada para uma possivel isenção em outras edições e traz progresso! as escolas deram seus resultados, os grupos mostraram que a cidade tem potencial para se manter no caminho da arte. As sessões foram tardes para criançada e juvenis, com agendamento das escolas e entradas livres; noite para adultos e inclusive a noite da sexta feira o ultimo espetáculo do festival da CIA a Máscara de Teatro intitulado Vicente, meu coração! interpretado pelo ator  e cenógrafo areia-branquense Antonio Damásio, foi um lindo espetáculo que emocionou os mais de 300 idosos que ali foram prestigiar, boa parte foram conduzidos pelo programa CRAS

Cia a Máscara de Teatro com Antonio Damásio em Vicente, Meu Coração! (Mossoró-RN)

                        

Antonio Damásio em Vicente, Meu Coração!

                      

 

             

 
              Um  espetáculo que resgatou diversas canções e cantados pela platéia presente!

                            Cia Nossas Faces - Bonita é o amor de Lampião (Areia Branca)

 

 
 

Monólogo Identidade Com Binho Kashak (Areia \Branca/RN)

 

 Cia A máscara Quintas dos bambas